sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O que fala de amor?













Tudo pode falar de amor, mas de que amor falam? Não poderiam falar só aqueles que o sentem? Mas porque os que sentem dele não conseguem falar?Será que é algo tão incrível ao ponto de ser indescritível? Está ai, uma descrição. Isso não é o amor. Dizem que ele arde, queima, tardia, não existe, aparece, é inevitável, a primeira vista, não pede licença, atrapalha os sentidos, leva a depressão, à loucura, é sexo, é dor, é carinho, atração, paixão, querer bem, desejo, libido, é uma reação neurológica... De que amor falam?

Não quero adjetivos, não quero saber o que ele faz ou deixa de fazer... Quero saber quem ele é, porque ele faz e como ele faz, porque existe e insiste em aparecer e outras vezes não! Alguém manda no amor? Alguém é capaz de controlá-lo? O que fala do amor?

Tudo e nada

Eu queria saber de tudo. Eu queria poder descobrir a fórmula da paz, do amor e da preocupação sadia. Quem sabe até mesmo da coca-cola, só por curiosidade. Eu queria saber como me tornar milionária, como ter tanto sucesso, como saber cantar. Engraçado é que se eu soubesse disso tudo, não teria mais graça.

Mais engraçado ainda é que se eu soubesse como controlar tantos sentimentos, eu não teria nenhum. Sentimentos nem sempre são bem-vindos em mim. Principalmente, eu não gosto de amar em tempo integral. Preferia tê-lo somente nos bons momentos, onde eu posso rir de estar nesse estado e reparti-lo com quem merece.

Mas concluo que sem o que nós chamamos de ‘maus’ momentos, isso não seria o amor. Como disse Nietzsche, talvez tenhamos mesmo que abrir mãos das dicotomias. O que será o mau e o bom? O que será amar num bom momento ou num mau? Não existe. Amar é apenas amar, sem distinções. Faz parte englobar todos os momentos, para que se viva a realidade plena, como ela é. Descubro que querer viver o amor parcialmente não é ter o ‘amor fati’. Não é ter amor ao próprio fato de amar.

Eu queria não ter


Eu tenho medo de tudo dar errado. Tenho medo não fazer o que eu sempre quis, mesmo que esse “sempre” tenha começado a um milésimo atrás. Eu olho pra pessoas de vida ganha e penso em me tornar igual. Mas em contraste vejo quem não tem nada, quem não quer ter nada... De que lado eu vou ficar, a final? Sei que depende só de mim. Ter força de vontade, sonhar e lutar pra tornar o sonho real... Mas porque isso parece tão fácil ser falado e na prática é tão difícil?

Eu tenho medo de não tomar iniciativas e tudo dar errado. Pelo menos agora eu sei do que eu preciso pra não falhar. Mas saber não significa que eu possa fazer. Será que é tão difícil se dedicar a uma coisa que garanta o meu futuro? Será que ser motivada pela minha futura família não é o bastante? É o bastante, mas nada muda.

Eu tenho medo de não mudar e tudo dar errado. Se nada me incentiva o que eu posso fazer? Lutar sem esse empurrão? Talvez, mas quem hoje em dia não depende minimamente de outra pessoa? Alguém que esteja sempre com você e diga que te ame. Alguém que te estimule a crescer, sem querer receber nada material em troca, só por prazer à solidariedade e ao amor. Assim eu acho que poderia reforça a ideai da família, e depois de uma viagem , e depois de uma velhice tranqüila ao lado desse alguém...

Eu tenho medo de não saber ser independente e tudo dar errado. Eu adoraria conversar com alguém que me mostre o caminho pra mudança. Alguém que não risse do que eu julgo ser um problema, que me entendesse e me ajudasse, mesmo que com uma palavra esdrúxula, que não me servi, porque assim pelo menos irei saber que a pessoa tentou. Mas não posso depender de ninguém, eu sei disso. Hoje em dia é comum uma mãe abandonar o filho na beira de um rio, um namorado matar uma namorada, um pai estuprar uma filha.

Eu tenho medo, eu não tomo iniciativas, eu não mudo, eu não sou independente. Vai dar tudo errado. Ou não. Nesse mundo de bilhões de pessoas todos são como eu, ou pior. A graça é que ninguém disse que seria fácil e no final sempre dá tudo relativamente certo. Possibilidades.